Falei e assino embaixo

Uma das pessoas que me inspirou a escrever exatamente como eu o faço, sem me preocupar muito com a acidez das palavras foi, sem dúvida, o mestre (como os colegas da Band o chamavam) Cláudio José Quintana Cabral, falecido nesse final de semana. O seu trabalho me foi apresentando pelo Mateus, um colega e grande amigo no segundo grau (hoje jornalista e com certeza inspirado em grande parte pelo mestre).

Deus me guiou e me transformou em consultor tributário (profissão que anda muito questionada por mim nos últimos tempos) mas que eu amo. Entretanto, se tivesse enveredado pela veia das palavras, com certeza eu teria sido jornalista (esportivo ou político), sob a inspiração do mestre.

Sempre me surpreendia com suas ironias, com seu humor refinado e suas críticas ácidas ao Inter e ao Grêmio, críticas essas que ele fazia com toda a autoridade, uma vez que foi um notável dirigente no Sport Club Internacional, possuindo como principal virtude a capacidade de fazer uma excelente leitura do jogo (se você não assistisse e ouvisse o que o Cabral disse, com certeza teria uma noção bastante confiável do que foi a partida).

Gostava de ouvir o apito final por causa dele, bem como o seu comentário no final da manhã que ele sempre encerrava com o bordão "falei e assino embaixo", quisera eu ter alguns anos de idade a mais, para te-lo acompanhado por um pouco mais de tempo, mas a sua lógica, sua forma de escrever e de se expressar com certeza me dão um norte toda as vezes que escrevo alguma coisa, e não só sobre futebol, mas sobre a vida de um modo geral.

Enfim, perdem todos, os colorados, os gremistas, a imprensa esportiva e todas aquelas pessoas que gostam da crítica como forma de construção.

E para terminar, em sua homenagem "FALEI E ASSINO EMBAIXO"...

Descanse em paz, mestre...