sexta-feira, 8 de junho de 2012

Código...



Sentada numa cadeira antiga, ela olha as chamas...
Vestes leves envolvem o corpo magro, longilíneo...
Em suas mãos a bebida incolor, que espanta o frio...
A visão embaralhada, numa vida que passa calmamente...
Então uma mão pequena abre a porta, discretamente...
Quem é ele só ela sabe, como ele chegou ninguém viu...
A vista outrora perdida, vira-se de modo retilíneo...
Agora quem está perdido é ele, a visão dela o inflama...

Nada é dito, apenas são os olhos que se entreolham...
Nesse olhar, idéias se trocam, permutam-se confidências...
Apesar de vestida, em sua mente ela nunca esteve tão nua...
Os olhos distantes se aproximam, em lábios que se roçam...
Este encontro não é comum, não é normal, não é coincidência...
Ele impactante como o sol, ela intrigante, linda, como a lua...

Um beijo, sorriso, muito pouco a falar, muito a fazer...
As roupas caíram do corpo, o calor do corpo dá o tom...
O chão denuncia os acontecimentos, o pecado, o prazer...
Num ritmo constante, ela produz no ouvido dele o mesmo som...
E nesse balanço, nessa embriaguez, sente-se uma explosão...
Um raio partindo estrelas, fulminante no coração...
É uma ligação poderosa, é uma coisa mística, maior...
Nada meloso é dito, o corpo fala tudo, com calor e suor...


Um beijo pra todos vocês que ainda tem capacidade de se surpreender com as coisas...

Um comentário:

  1. Muito bom de ler, vc escreve de uma maneira surpreendente, sua descrição é totalmente tocante, abraço.

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