segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Em nome da família


Eu já tinha usado essa foto acima, num dos meus devaneios, mas hoje a conversa é séria.

Antes de mais nada, assim como grande parte da população abaixo dos 30 anos, sou filho de pais separados. Sinceramente, no caso dos mais pais, a separação foi muito melhor, porque juntos, nada dava certo entre eles.

Então fui crescendo, tive namoradas, e fui ficando adulto, vendo coisas que me deixaram profundamente sentido, com vergonha alheia por certas pessoas e por mim mesmo, que tantas vezes cometi atitudes deploráveis e faltei com o respeito com tanta gente. Peço desculpas, ainda estou aprendendo a conviver com o fato de que ser correto é minha obrigação ainda que o mundo não seja, prometo que até o fim da vida eu vou entender.

Ando, nesses últimos tempos, muito preocupado com a falta de preocupação que as pessoas tem para com o seus semelhantes. E quando digo "semelhante", me refiro àqueles que convivem mais próximos à nós, nossos irmãos, nossos pais, nossos filhos, maridos e esposas. É muito fácil ser gentil com um estranho, até moda pode virar, até famoso tu acabas ficando se devolver uma carteira para uma velhinha, como saiu em largas reportagens um menino de Porto Alegre que fez isso.

Somos cada vez mais malhados, mais psicanalisados, mais auto-suficientes, menos apegados e menos dependentes. Não sei se é essa a razão, mas hoje você vê por aí casamentos que não duram nada, e outros tantos, onde o marido tem mais noites de amor e sexo na rua do que em casa, e pior, as mulheres casadas, estão traindo no mesmo nível, ou até mesmo numa escala ainda maior. Banalizamos, mais do que o sexo, o respeito, banalizamos mais do que o valor dos outros na nossa vida, nossos próprios valores...me pergunto, todo o santo dia, qual o valor que as coisas tem de ter em nossas vidas, num mundo onde nada vale mais coisa nenhuma?

Antigamente, não haviam tantas academias, nem tantos psicólogos, tarólogos, personais, astrólogos, sex shop, ou médicos proibindo de sopas a nozes na comida que comemos. Ao meu ver, pelo menos o mundo era mais simples e aparentemente funcionava melhor.

Não sei onde foi parar a família feliz (vale até família gay, se tiver respeito eu respeito a escolha de cada um). Não sei da onde vem toda essa insatisfação que as pessoas sentem, não me reconheço mais nesse mundo tão estranho e impessoal, me olho no espelho e vejo apenas uma sombra do caráter que um dia eu já tive, e quando analiso numa lupa as pessoas a minha volta, a minha preocupação se torna ainda maior, porque parece que todo mundo se corrompeu também.

Ando meio sem esperança nas coisas, vou rezar para que Deus me perdoe pelo que fiz de ruim, e perdoe todos aqueles que se sintam de alguma forma desconfortáveis pelo que andam fazendo.


Beijo, boa noite!


Leonardo

Um comentário:

  1. Bom dia , querido amigo, vc sempre atento para as coisas do dia a dia, muito bom teu escrito. Um abraço forte da Sol.

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