sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Renata


Ela vivia imersa em estranhos pensamentos intangíveis...
Quinze anos, dezesseis talvez, joia de juventude...
No quadro do quarto, ela observava o ininteligível...
E vivia naquela situação contemplativa, amiúde...

As estações vão e vem, e pouca melhora se nota...
Sentada na cadeia rente à soleira da porta, ela demora...
Mas o que observa tão atentamente, a jovem Renata?
Passou pela rua o circo e o palhaço pintado indagora...

O rosto de cadáver renasce e ganha cor com a fantasia...
A jovem Renata brilha seus olhos com aquelas cores...
Sua mãe atônita, não entende nada, mal ela sabia...
Nas cores ela encontra a alegria, a vida, os amores...

O pai, presenciando aquilo teve uma grande inspiração...
Foi à papelaria, comprou um jogo de paleta e tinta...
Lotou o quarto de Renata com telas e papéis, criação...
Ela colore as telas, pinceladas viçosas e se pinta...

Agora a jovem Renata ganhou mais um pedaço do mundo...
Sorri enquanto pinta, o coração bate mais acelerado...
A tinta descreve o que ela não diz, sentimentos profundos...
Ainda há esperança, enquanto tiver um quadro a ser pintado...


Me inspirei numa menina autista para descrever o que está aí em cima. Pra ver que nem tudo é podre na televisão, que foi da onde vi essa menina...
Enquanto houver gente que ama fazer alguma coisa, simplesmente por fazer, o mundo ainda terá grandes esperanças.

Um abraço cheio de luz azul!

Leonardo

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