sábado, 26 de outubro de 2013

Jogo de cena


No camarim eu me preparo para mais uma peça de teatro...
Lá eu vejo atores, atrizes, dançarinos, músicos e cantores...
Todos correndo atrás de seu minuto de fama num ato...
Em jogo estão prazeres, sentimentos, alegrias e amores...

A peça se desenrola e vou representando inúmeros papéis...
Sou amante, sou noivo, sou traído, sou homem, sou menino...
Uso roupas, adereços, gravatas, sapatos, pulseiras, anéis...
Mudo a lógica e o sentido, relendo o roteiro e o destino...

Entro e saio de diversas camas, choro em muitos dramas...
Vezes sou santo, noutro pecador, noutro príncipe encantado...
Numa peça sou o vilão que você odeia, ou o mocinho que amas...
Aqui como na vida, mal e bem andam juntos, lado a lado...

Realize seus sonhos, hoje é dia de viver de ilusão e fantasia...
Coloque a sua máscara, você pode viver comigo o que quiser...
No último ato, porém, a verdade vai ter de ser e aparecer...
Nenhuma ilusão dura pra sempre, amanhã terá de ser novo dia...
Sem maquiagem, sem noite, sem nada, só a realidade que tiver...
Até quem sabe uma nova representação, um novo ser para ser...


Somos atores e atrizes que entram e saem do palco chamado vida ("O natural também é uma pose..." - Oscar Wilde). Não sei quantos papéis já representei até hoje ao longo dos meus 28 anos...tudo que eu queria, porém, era que vez por outra, eu pudesse olhar nos olhos de alguém e ver um pouco mais de meramente representação...pudesse tirar esse peso dessa máscara, e pudesse simplesmente ver alguém na minha frente me esperando de peito aberto, com as mesmas expectativas que as minhas...

Talvez isso ainda não seja possível...

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