quinta-feira, 24 de julho de 2014

Contraponto


Em todas as ambiguidades que eu e você temos, sinto tua falta...
Perdidos eternamente vagando entre rosas azuis e vermelhas...

Luz e sombra, água contra fogo, palavra e silêncio, duplicidade...
Criaturas perdidas no espaço como estrelas do céu, confusas...

Inteligência, ambição, arrogância, valentia, excentricidade...
Energias profundas, brilhantes, intensas que se conhecem e atraem...

Tentadas pelo bem e pelo mal o tempo todo, pendendo todo tempo...
Quando nossos olhos nos tocam, sinto tudo aquilo que já vivemos...

Nossas passagens secretas, nosso amor proibido, nossas promessas...
Tudo aquilo que escondemos na luz e revelamos no meio das trevas...

Como estrofes de um verso inacabado, assim são nossas duas vidas...
Como uma palavra que tem metade de silêncio ou fogo com metade de frio...

Um grito que cala qualquer voz, como uma senha ensurdecedora milenar...
Gelo que queima todo teu corpo, fogo que congela a minha alma...

Quando nos encontramos noite após noite durante nosso sono profundo...
Num momento onde não há mais eu, e nem há mais você, pois somos um...

Hoje, ontem e amanhã, todos eles se encontram numa existência atemporal...
Peles que se tocam, lábios que se procuram e olhares que se completam...

Gritamos um pelo outro, num destino desafortunado separados e distantes...
Mas nós somos almas espelhadas, contrapostas, unidas até o infinito...


Um comentário: