segunda-feira, 6 de junho de 2016

Quem será o novo Lula?


Lula faleceu politicamente. Graças a operação lava-jato, o partido dos trabalhadores sofreu o maior baque da sua história, muito pior que o impacto causado pelo mensalão. Marqueteiros, articuladores, tesoureiros de campanha, enfim, não sobrou nenhum para contar história de lá.

Temos de lembrar ainda da nossa atrapalhada presidenta (ou ex-presidenta) dona Dilma, engolida muito menos pelos escândalos de corrupção e muito mais por sua total incapacidade política. Dilma sempre foi apenas e tão somente uma mera sombra do seu mentor Lula, e junto com ele vão experimentar um pouco do sentimento de ódio do povo em geral, que em nada tem a ver com o amor e dedicação que os "alunxs" de humanas das universidades, seus professores e alguns artistas ainda insistem em propagar passeatas Brasil afora. Eles são minorias, barulhentas bem verdade, mas não passam de sombras também.

Isso posto, agora precisamos pensar no seguinte: Como é que Lula foi se eleger? Mais do que isso, como ele criou essa verdadeira dinastia petista? E ainda, teríamos nós brasileiros anticorpos para lidar com um eventual "novo Lula"? Creio que Lula foi eleito por um sentimento de exclusão de uma parte considerável da sociedade, bem sabemos que o Brasil é um país com graves problemas sociais e ainda extremamente pobre, e aos poucos, inserindo uma cultura do "nós contra eles", "ricos contra pobres", "gente branca e gente negra" e por aí vai, o PT foi conseguindo manter sua imagem de sensível às necessidades da população, especialmente aquela mais carente. No plano político, era bem mais simples, bastava aliar-se às velhas raposas da política brasileira (veja a imagem que legal) e tudo estaria certo, e onde não estivesse nada de diálogo político, dinheiro e cargos bastariam para contentar e fidelizar à todos, especialmente um tal de PMDB (o partido que sempre está no governo). Mas a pergunta que eu quero realmente tentar responder é: Quem seria o Lula 2.0? Vamos aos nossos candidatos...

JAIR BOLSONARO

O mito, como é conhecido, tem se posicionado e arrebatado para si todos os votos de uma classe da população que é mais conservadora no modo de pensar e anda cansada da desordem causada pelo joguinho de divisão de classes promovido nesses 13 anos de PT. Militarista, nacionalista, polêmico em suas declarações, o mesmo tem demonstrado que pode conseguir pra si fortíssima mobilização popular, inclusive dos jovens. Alguns saudosistas da "sensação de segurança" provida pelo regime militar, também nele encontram voz para suas angústias. Acredito que Bolsonaro não terá êxito pelos seus próprios defeitos, sua própria incapacidade de bem expressar-se, e político que não escolhe bem as palavras, em lugar nenhum do mundo dará certo. Por mais que eu em parte devesse concordar com ele em certos aspectos, não encontro nele candidato à presidente para mim, e receio que um eventual governo bolsonaro possa levar até a um novo regime militar ou algo do tipo, dado que o mesmo não teria apoio político suficiente para governar...ele é um candidato interessante e tem muito potencial, usa a imagem de militar incorruptível como principal virtude.

CIRO GOMES

Ciro quando ouvi seus primeiros discursos me fazia pensar que ainda existia uma esperança, especialmente em seus tempos de PPS. Entretanto, Ciro se tornou uma espécie de "Lula com outra coisa", sendo o mesmo hoje mero apêndice dos partidos de esquerda populistas do Brasil. Vale lembrar no entanto, que diferentemente de Lula e Dilma, Ciro é um homem bem mais articulado, e se ficasse na sombra por um tempo poderia dar voz a essa esquerda que está órfã de pais e mãe por conta da queda de Dilma e o falecimento político do Lula. O que impede Ciro Gomes na verdade é seu temperamento forte, e eventual descontrole. Por mais que ele seja presidenciável considero o risco de Ciro vencer muito baixo, a menos que o mesmo mudasse completamente de comportamento.

MARINA SILVA

Essa sim, uma perfeita candidata a ser o "novo Lula". Sofrida, de um lugar remoto do país, de esquerda, apoiadora do meio ambiente e ainda por cima evangélica, ela é o guarda-chuva perfeito para uma série de massas do Brasil do século XXI. Marina teve ascensão e queda meteórica em 2014 e em dado momento chegou-se a pensar que a mesma venceria o pleito estranho que elegeu dona Dilma. Marina também consegue mobilização do povo, e seria muito bem recebida pelas minorias que ainda estão apoiando o PT, dado que o mesmo no momento está fora de combate. Marina tem como maior desafio encontrar um meio termo entre o seu esquerdismo e a religião, que em diversos aspectos são visceralmente opostos e essas contradições já lhe causaram muita dor de cabeça em 2014. Marina bem assessorada é uma candidata perigosa, e pode sim ir muito longe nesse jogo ainda. Eu acredito no entanto, que ela jamais deixará de ser dividida e por isso mesmo vai acabar pelo caminho, mas todo cuidado é pouco.

AÉCIO NEVES

Esse nem de longe conseguiria isso. O povo pensa em Aécio como um "bon vivant", um homem que não entende as agruras da população pobre do Brasil. Além de tudo isso, a operação lava-jato o fez sangrar muito politicamente, e eu até acredito que ele não será mais candidato á presidente da república por conta disso. Em 2014, ele quase venceu Dilma, porque o povo de fato estava com o pensamento "ruim contra o pior" dentro de si, porque não encontrava em nenhum candidato voz que lhe representasse. O povo escolheu Dilma, e deu no que deu...Aécio para mim é carta fora do baralho, a menos que provasse cabalmente que não tem nada a ver com a corrupção, o que achamos todos difícil de acreditar.


Enfim, eu poderia até citar outros, como Luciana Genro por exemplo. Mas o que eu quero mesmo grifar disso é, seja quem for nosso próximo presidente, peço ao povo que pare de pensar de forma imediatista e populista. Parem de aceitar presentinhos em troca de voto, parem de acreditar em homens "bonzinhos" que ajudam animaizinhos na rua para bater foto em jornal e votem naqueles em que vocês acreditam terem capacidade de administrar politicamente a nação, os estados e nossos municípios. Precisamos primeiro nos reformar como povo, diminuir o tamanho do estado e sua interferência na vida das pessoas, para daí sim, recomeçar este país de maneira adequada. Para terminar, deixo vocês com uma frase do tempo do parlamento do Brasil império ainda...


Nada mais conservador que um liberal no poder, nada mais liberal que um conservador na oposição...

Talvez ainda continuemos os mesmos...

Abraço,

Leonardo

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