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terça-feira, 30 de setembro de 2014
Elite e preconceito
Nunca viajei para a Europa. Tampouco nunca bebi bebidas muito caras, ou possuo carros de mais de cem mil reais. Já comi em alguns restaurantes bem conceituados do estado e até mesmo fora do estado.
Em linha com esse disposto, quero dizer que sou como grande parte da população brasileira. Não sou "rico", ou seja, estarei a salvo do imposto sobre as grande fortunas da dona Luciana Genro, por exemplo.
Recentemente, nos deparamos com o grave problema do racismo (já discutido aqui no sol) para com o goleiro santista. Preconceitos como esse, contra homossexuais, contra pobres, e outros mais comuns são fartamente expostos na mídia, fato que considero correto, para que possamos ter uma sociedade cada vez mais inclusiva.
Mas veja, incluir pessoas não necessariamente nos obriga a excluir ninguém. O que eu vejo, desde meus idos tempos de universitário, é que existe um certo preconceito hoje por parte de certas camadas da população com quem está bem de vida, com quem tem cultura, e por quem tem uma visão mais conservadora. Hoje em dia, é moda militar em ONG, é moda ser de esquerda, é moda querer transformar o mundo num lugar melhor. Pode ver que durante as eleições, nenhum partido se declara ou se considera de direita.
O que tenho visto no meu país, é a vitória de um projeto político de poder e dominação, embasado na imbecilização e na destruição da capacidade crítica de toda a população. Nas universidades, por exemplo, os alunos são bombardeados diariamente por uma série de ideias bastantes questionáveis, muitas delas sem contraponto e argumentação. Isso reside principalmente nas ciências humanas e na construção do pensamento brasileiro intelectual de um modo geral. Todo mundo acha que é necessário mudar, mas eu me pergunto, mudar o que? Mudar para onde? Mudar, mudar e mudar...sendo que há 12 anos o partido que comanda o país é o mesmo. Estranho não?
Não por acaso, muitas vezes, vemos determinadas pessoas na sociedade ganhando o carisma da população por falar errado, por não conhecer muita coisa além do próprio umbigo. Vou mais além, veja a pobreza técnica dos trabalhos autorais que fazem sucesso na nossa música nacional hoje. Vamos do "ai se eu te pego" ao "lepo lepo". Passamos por alguma coisa boa nesse meio de caminho? Não, não que eu me recorde...
Sinceramente, eu não tenho nada contra negros, contra ricos, contra pobres, contra evangélicos, ateus ou quem quer que seja, tolero até quem torça pelo Grêmio. O problema não é quem você é ou no que você acredita, mas sim o quanto você respeita o outro. Mais do que isso, é muito inteligente conversar com pessoas que não pensem da mesma forma, ou não pertençam ao mesmo grupo social ao qual nós pertencemos, a abrangência das nossas ideias se torna cada vez maior e podemos ir trocando cada vez mais experiências
Isso está ocorrendo por estamos discriminando a cultura e pessoas mais críticas de certa forma. Estamos nos imbecilizando, de tal maneira nos tornando tão politicamente corretos, tão incapazes de promover uma crítica, que hoje tudo é preconceito, tudo que dissemos tem de ser filtrado, tem de ser judicializado, tudo é possibilidade de algum tipo de processo. Tenho medo desse caminho, queria ver um pouco mais de conflito de ideias, para podermos fortalecer nosso país, nossas instituições e nossa política de um modo geral. Vamos incluir a todos nessa discussão, sem nenhum tipo de preconceito.
No mais é isso, falaremos a seguir sobre um sentimento muito perigoso, chamado "gratidão".
Abraço,
Leonardo
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