Estou perto de fazer 30 anos, o tempo não perdoa ninguém.
Faço essa referência por conta do tempo. Em alguns anos de esforços, podemos conquistar muitas coisas materiais, jurar amores, construir casas, criar filhos, de acordo com a nossa vontade. Mas o que será que fica disso tudo?
Ultimamente eu tenho sentido de que muito pouco ou quase nada daquilo que fazemos fica pro futuro, que nossa vida é tao fugidia, que equipara-se a um piscar de olhos.
Nesses últimos anos eu fui de estagiário a sócio, amei algumas mulheres muito intensamente, noivei duas vezes, fugi muitas vezes, errei muitas vezes, me redimi outras tantas, e agora, do alto do melhor momento da minha vida, sinto que pouca coisa do que passou importa e, as poucas que importavam, acabam me impondo uma saudade e uma nostalgia muito grande no peito. Os arrependimentos passaram, não há mais aquilo de "e se..." o que há na verdade é o medo de talvez não poder mais viver tão intensamente algumas coisas que um dia eu já vivi.
Um braço amputado, um perna amputada, para esses há prótese, mas não a nada pior do que a visão de um espírito amputado, para estes não há próteses ainda inventadas. Haverão ainda numerosos momentos de grande intensidade, alegria, prazer, êxtase? Não sei, espero que sim...não gostaria de ter de amputar meu espírito.
Enfim, o tempo transforma amor em ódio, depois em distância, depois em indiferença e por fim, fica apenas aquele desejo que as outras partes estejam bem. O tempo transforma fracasso em vitória, assim como a vitória é transformada em fracasso no outro dia. Haverão chuvas, trovoadas, tempestades e ventanias e todas elas mudarão nosso ambiente de dias de sol.
A bem da verdade, é que se você me perguntar o que muda com o tempo, eu te direi: Ele muda tudo, a única coisa que ele não muda é quem somos por dentro de verdade...
Abraço,
Leo
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